Afinal... O que é "virose"?

A Dra. Asta Brandão, pediatra do CEP, fala sobre a "famosa virose".

Virose é um termo genericamente utilizado para indicar infecções causadas por vírus.

Os vírus são os menores agentes infecciosos conhecidos, não têm estrutura celular e dependem de uma célula viva de um hospedeiro para que possam se multiplicar.

Vivemos permanentemente em contato com diversos vírus e alguns deles são muito comuns na faixa etária pediátrica. Para algumas doenças causadas por vírus estão disponíveis vacinas, como para poliomielite, rubéola, sarampo, hepatite A e B, varicela, caxumba, febre amarela, gripe por influenza, gastroenterite aguda por rotavírus e para o câncer de colo de útero desencadeado pelo papilomavírus humano ou HPV.

Na grande maioria dos casos, o quadro clínico decorrente de uma infecção viral é auto-limitado, ou seja, a criança melhora espontaneamente com a defesa de seu próprio organismo, sendo necessário apenas o controle e alívio dos sintomas. Em algumas situações especiais, entretanto, é necessário instituir um tratamento específico para o vírus, como por exemplo nos casos de infecção pelo vírus da varicela em pessoas que apresentam a imunidade comprometida.

Muitas vezes os sinais e sintomas causados por uma infecção viral são inespecíficos, como febre, dor no corpo e dor de cabeça, e não fornecem informações suficientes para a identificação do agente etiológico. Nestas situações, é importante que a criança seja avaliada por um pediatra e submetida a um bom exame físico para afastar outras possíveis causas, podendo ainda ser necessária a realização de exames complementares que auxiliem no diagnóstico. Já outros vírus se manifestam com quadro clínico e evolução característicos, viabilizando o diagnóstico pela própria história clínica ou através da realização de testes sorológicos, quando necessário.


A importância do diagnóstico correto de uma infecção viral se baseia na instituição de um tratamento adequado, oferecendo ao paciente alívio do desconforto de febre, dor ou outras manifestações clínicas, como congestão nasal, enjoos, vômitos, diarreia e coceira, sem lançar mão de medicamentos desnecessários e que tenham potenciais efeitos colaterais que não justifiquem seu uso em crianças ou adolescentes. Os vírus são insensíveis aos antibióticos, os quais só estão indicados quando há uma infecção bacteriana associada ou secundária ao quadro inicialmente causado por um vírus.


Diante de uma infecção viral é importante avaliar a evolução clínica, observando se a criança cursa com melhora progressiva dos sinais e sintomas até a resolução total do quadro.


Este texto tem caráter educativo para esclarecimento e orientação dos pais.

Leve seu filho ao pediatra regularmente. Criança feliz é criança saudável!